Mineiro doa medula óssea para menino de 8 anos com leucemia na França: 'Saber que salvei uma vida é gratificante demais'
02/11/2025
(Foto: Reprodução) Wallace de Oliveira Alves doou medula óssea para menino de 8 anos na França em tratamento contra leucemia
Wallace de Oliveira Alves/Arquivo pessoal
O atendente de vendas Wallace de Oliveira Alves realizou nesta semana a doação de medula óssea para um menino de 8 anos que vive na França e enfrenta tratamento contra leucemia, um câncer que afeta a produção de glóbulos brancos e compromete o sistema imunológico.
O mineiro de 31 anos, de Juiz de Fora, é doador de sangue e plaquetas desde os 18. Em uma das doações, em 2022, decidiu se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
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“Eu sempre tive vontade de ajudar. A cada doação de sangue, são até quatro vidas salvas. Me cadastrar como doador de medula era o mínimo que eu podia fazer para contribuir com a sociedade”.
Depois da viagem ao Rio de Janeiro e coleta da medula em uma instituição autorizada pelo Ministério da Saúde, ele festeja o sucesso do gesto solidário. “A sensação de salvar uma vida é imensa e saber que a doação foi para uma criança deixa tudo ainda mais emocionante. É gratificante demais poder ajudar alguém que tem a vida inteira pela frente”.
Da compatibilidade à doação
Em agosto, Wallace recebeu do Redome a informação sobre uma possível compatibilidade com um paciente e não pensou duas vezes. “Foi uma decisão muito rápida. Fiquei muito contente em poder ajudar”.
Após os primeiros exames em Juiz de Fora, ele foi encaminhado ao Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, onde passou por análises complementares e recebeu a confirmação de que era compatível. A surpresa foi que a doação seria para um menino francês de 8 anos com leucemia.
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Como o processo é sigiloso, Wallace soube apenas a idade e o país da pessoa receptora. Daqui a 18 meses, caso desejem, existe a possibilidade de que possam entrar em contato um com o outro.
O doador viajou para o Rio de Janeiro na segunda-feira (27) e foi internado no dia seguinte. A coleta da medula aconteceu na manhã da quarta, na quinta ele recebeu alta e na sexta voltou para Juiz de Fora, onde foi recebido por amigos e familiares com cartaz e balões.
“O processo não é nada invasivo, e a dor é mínima perto da grandeza de salvar uma vida”.
Todos os custos de transporte, hospedagem e alimentação foram cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tanto para ele quanto para o acompanhante.
Wallace pode doar sangue a cada três meses e, no caso da medula, precisará aguardar 90 dias para uma nova doação, caso apareça outra compatibilidade. “E se surgir, com certeza irei doar novamente”, garantiu.
Para ele, a experiência reforçou a importância do cadastro e da doação. “Saber que um simples gesto pode dar uma nova chance para alguém é algo indescritível”, afirmou emocionado.
Como se cadastrar como doador de medula óssea
O cadastro para ser um doador de medula óssea pode ser feito em qualquer unidade do Hemominas, em Minas Gerais, ou em centros credenciados em outros estados do Brasil.
O voluntário precisa ter entre 18 e 35 anos, estar em boas condições de saúde e autorizar a inclusão de seus dados no Redome.
No cadastro, será feita uma pequena coleta de sangue para testar a compatibilidade genética. Esses testes identificam seu tipo HLA, usado para combinar doadores com pacientes que precisam da medula.
Em Juiz de Fora, a unidade do Hemominas fica na Rua Barão de Cataguases, sem número, próximo ao Mergulhão, com cadastramento dos candidatos à doação de medula de segunda a sexta, das 7h às 18h e aos sábados, das 7h às 12h.
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